Wilton:
Tati, que legal este teu blog!Li os dois textos e compartilho de muita coisa que escreveste!Sobre problematizar, quero contribuir com uma frase de Rubem Alves "o que não é problema não é pensado", de memória...Tenho discutido esta idéia com meus alunos (faz parte da filosofia da ciência) e atualmente estou contextualizando assim "o problema gera a racionalidade"...Algo como, antes de ser racional, o homem precisa ser percepção, mas não qualquer, e sim uma que garanta a sobrevida.A determinação biológica inicial.Deu pra sentir?Bj.WW
Tati:
Wilton.. porque a percepção e a racionalidade presisam ser separadas? A percepção seria algo irrracional? São divisões humanas, como mente e corpo, teoria e prética, homem e natureza, sujeito e objeto. Sobre a frase de Rubem Alves, concordo... pois a gente só percebe e pensa (racionaliza)o q incomoda, grita aos olhos ou dentro da gente. Então, seguindo seu raciocínio: penso logo existo (ou desisto?). Problema - percepção - racionalizo - problema. rsrsrsrrs. São pensamentos lineares... prefiro os complexos. Estou com saudades de vcs, aguardo seus comentários e avaliação da estadia!! Abçs. AH!! QUEREMOS ENATESPO.
Wilton:
Bom, Tati, elas não precisam ser separadas. Tem um amigo que diz que uma ameba percebe, mas será que ela racionaliza? O texto de Ruben Alves diz que só quem percebe (e se incomoda/importa) é que racionaliza!Não acho que seja linear, a junção dos dois gera algo maior que a soma. Embora pareça muito com a proposição do Descartes. Para ele pensar era a única coisa capaz de garantir sua existência como individuo, pessoa. E eu acho que ele estava certo.Bjs.Tambem quero Enatespo!WW
Tati:
A ameba não racionaliza. Olhei no dicionário: "perceber- adquirir conhecimento de, pelos sentidos. Compreender, notar,ouvir, ver bem, ver ao longe (FERREIRA, 1989). Isso quer dizer que: uma ameba não percebe. rsrsrrsrsr. Ela sofre uma quimiotaxia, ela não tem sentidos. Amanhã faremos avaliação do café.. vou te passar e queremos a avaliação de vcs tb!! Bjs
Wilton:
Olá, estou gostando... a quimiotaxia! O meu amigo diz que se colocar uma gota de ácido perto da ameba... ela se afasta. Ela não racionaliza, mas reage. Vi em algum lugar que células podem ter memória... tô achando que a origem da razão pode estar daí.Bom, mas pode estar em Adão também.O que achas??
Tati:
A origem da razão é visceral? Celular? Pode ser uma das origens, mas continuo a buscar a origem complexa das coisas... Isto é: são várias origens e que muitas vezes se contradizem e nem dialogam. A razão é criação humana. Mas acho que a ameba não tem razão!! Ela tem quimiotaxia!! Nossa razão não é guiada por neuromediadores. A razão também pode ser cultural, social, antropológica, histórica, genética, religiosa, astrológica, física quântica... Se vc pensar somente na célula, estará sendo cartesiano e biologicista. Rsrsrs
Wilton:
Ei Tati, usei o exemplo da ameba para levantar uma reflexão onde ações (processos) "inteligentes" do ponto de vista da Vida prescindem da problematização “racional”. Você é que perguntava o que era a problematização. E eu tentava mostrar que a "razão como reflexo da matéria" pode fazer sentido. É uma pista interessante, principalmente se tens interesse no “complexo”. Outros amigos dizem que uma possibilidade de perceber o complexo é absolutamente não racional. Meditação. Complicou?
Tati:
o antagonismo da "simplicidade" da ameba em relação a complexidade humana, da quiomitaxia a racionalização, da simplificação a problematização, racionalização a meditação, da ação a reflexão, instinto a inteligência... tá vendo como é dicotomizada? Acho que pra resolver isso tudo só a arte! A subjetividade... só o pensamento complexo mesmo!!! Vou citar o Nilson Machado: A partir de tal rede de significações, as relações entre os objetos do esquema acima é constituída de nós e conexões, onde um nó é resultante da conexão de diversos fios e as conexões são caracterizadas pela referência aos nós que interligam, elabora-se operacionalmente a diluição dos objetos em relações e, reciprocamente, a consubstanciação de relações em objetos. Se constituindo em relações dinâmicas, onde as relações ora não nítidas, ora perdem a força. Assim, à medida que perde força a distinção nítida entre objetos e relações, configura-se com mais clareza certa dualidade entre os elementos desse par, na qual os objetos são percebidos/concebidos como feixes de relações e feixes de relações são transformados em novos objetos; as relações são determinadas por pares de objetos e cada objeto é caracterizado pelas relações nele incidentes ou dele emergentes (MACHADO, 1994).
Wilton:
Tati, não sei, acho que não estamos conseguindo nos entender, mas minha intenção não é estabelecer dicotomias. Não coloquei o "antagonisno" da simplicidade CONTRA a complexidade. Usei a ameba para sinalizar que toda a complexidade do raciocínio pode ter se originado de algo extremamente simples, que inclusive ainda pode estar aí.Vi o Machado, a dialética também trabalha com pares e usa a totalização para ampliar os significados e as perspectivas.WW
Tati:
Por isso que a "inspiração" do pensamento complexo é o marxismo, Morin é autodidata e leu Marx para se fundamentar. Acho que a origem da complexidade do raciocínio, ou a origem da percepção dos problemas, é algo que mais ligado a física quântica. Pois é o reflexo do todo nas partes, por exemplo, é o reflexo de todo um contexto, de uma história, de uma subjetividade, que o mundo (universo, sociedade, cultura, tempo), imprimiu em um ser ou indivíduo, e este imprime na sociedade, onde um é todo, e o todo é um rsrsrrsrs. Este todo só pode ser compreendido dentro de seus antagonismos, das perspectivas, das percepções... Como constata Boaventura Santos: estamos divididos, fragmentados. E que a condição epistemológica da ciência repercute na condição existência do cientista. Eu já entendo o contrário, a condição existencial da pessoa, repercute no modo de ver o mundo. Por isso que Morin fala na consciência planetária, numa mudança de pensamento humano para continuação da vida na terra. Tudo é mais complexo, é total e dividido, ao mesmo tempo.
Wilton:
Tati, agora eu dancei, não entendi nada. Qual era mesmo a premissa da ameba? Eu estava propondo uma hipótese (portanto com probabilidades de ser falsa e falível, não entendi o contraditória. Qual a contradição?. Eu proponha uma relação (evolutiva?) entre irracional/racional. De um tipo de "saber" que está além da racionalização, como a memória celular (se é que existe mesmo). Isto faz sentido para mim, se falamos de problematização.Qual é a ligação da percepção dos problemas com a física quantica?WW
Tati:
assista ao filme: "quem somos nós?"
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